MÉTODO
O curso acontecerá no modo “Live Class” (aula online ao vivo), sendo as aulas gravadas. As gravações são disponibilizadas aos alunos três dias após cada aula ao vivo e ficam disponíveis durante todo o período do curso e por mais 15 dias após seu término. Depois disso, são automaticamente retiradas do sistema.

OBJETIVO GERAL
Apresentar um estudo sobre o papel dos símbolos e das alegorias na arte barroca brasileira, discutindo a produção, a circulação e a apropriação de representações simbólicas que qualificam a arte barroca no Brasil como meio de transmissão de cultura e apresentar como artistas e artesão se apropriaram de convenções simbólicas e iconográficas. As imagens simbólicas estão entre as mais difundidas no Brasil colonial, principalmente pelas ordens religiosas e pela religiosidade leiga. São representantes do discurso oficial da Igreja e do Estado monárquico português. A sua construção artística se baseava na hagiografia, nos livros e tratados sobre símbolos e na tradição oral. No Barroco brasileiro, sobrevivem imagens de tradição antiga e outras mais recentes que foram elaboradas pelo espírito da Contra-Reforma. O objetivo do curso é apresentar um estudo sobre os símbolos e as alegorias da arte colonial brasileira dos séculos XVI, XVII e XVIII e destacar a produção, a circulação e a apropriação de representações que qualificam a produção iconográfica da época. O curso pretende, principalmente, apresentar os elementos básicos que constituem a narrativa dessas imagens.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar a arte, a cultura e a simbologia como material reflexivo;
Analisar, criticar e contextualizar a simbologia da religiosidade barroca no Brasil: elementos da natureza (plantas, animais, pedras, astros), instrumentos musicais, órgãos do corpo humano, vestuário, joias, armas, heráldica etc.
Mostrar a simbologia e as alegorias barrocas como um campo interdisciplinar do conhecimento: Literatura, História, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Teologia etc.;
Escolher temas específicos para diversos trabalhos de pesquisa e estimular a produção de projetos em que a utilização da simbologia e das alegorias barrocas estejam presentes.

CONTEÚDO:

09 de outubro de 2024
01 AULA 1 – Animais e seres sagrados
Fertilidade, vida e morte. Horror e fascinação. Criaturas do mar. A linguagem das conchas na arte barroca. Insetos, caracóis e aranhas. Répteis e anfíbios: sapos, rãs e serpentes. Mamíferos: cães, gatos, bodes e cavalos. Animais míticos.
.
16 de outubro de 2024
AULA 2 – Aves e seres sagrados
As aves que simbolizam a alma. A mediação entre Deus e os homens. Seres celestiais e espíritos com asas. A luta entre o bem e o mal. Águias, pelicanos, pombas, abutres etc.

30 de outubro de 2024
AULA 3 – O corpo como microcosmo do universo
O corpo e o ritual religioso. Sexo e fertilidade. A simbologia do corpo humano. Os ossos, os órgãos e as carnes. A dança e o teatro barroco. Gestos simbólicos

06 de novembro de 2024
AULA 4 – Instrumentos, objetos do cotidiano, talismãs e magia
Símbolos do mundo interior e espiritual: segredos e proteção. Ferramentas e armas: poder e destruição. Atributos de santos e santas. Instrumentos musicais: harmonia e união com a natureza. Amor e casamento: objetos de ligação entre os indivíduos. O vestuário e as posições sociais. O simbolismo das cores.

13 de novembro de 2024
AULA 5 – Vaidade, Tempo e Morte
A simbologia referente à morte e ao apocalipse encara, de maneira frágil e moralista, a questão do tempo e a necessidade de uma vida santificada. A existência é vista de maneira passageira, no qual, todos sucumbem à morte e à ação do tempo. Alegorias a respeito da morte, caveiras, ampulhetas e velas.

27 de novembro de 2024
AULA 6 – A realeza e os Emblemas Heráldicos
O monarca e o direito divino. A igreja colonial como espaço da sociabilidade de corte. A igreja como palácio. O simbolismo da realeza e as joias da coroa. Atributos de reis e rainhas, príncipes e princesas. Heráldica.

A QUEM SE DESTINA:
O conteúdo oferece embasamento para estudiosos de Arte, historiadores, profissionais ligados à literatura e comunicação social, religiosos, pesquisadores, professores que pretendam desenvolver o tema em sala de aula, profissionais de todas as áreas, estudantes universitários e interessados em geral.

PROFESSOR:
Marcos Horácio Gomes Dias é Doutor em História Social pela PUC-SP; Mestre em História Social pela USP; pós-graduado em Arte e Cultura Barroca pelo Instituto de Filosofia, Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Bacharel em Ciências Sociais pela USP. Tem experiência na área de História e Sociologia, com ênfase em História, atuando principalmente nos seguintes temas: História da Arte; História do Barroco e do Rococó; Arte e Cultura em Minas Gerais; Neoclássico, Império e século XIX no Brasil; Teoria da Cultura; Patrimônio Histórico; História da Produção da Imagem; Teoria da Comunicação e Realidade Sócio-Econômica e Política Brasileira.

Período: 09, 16, 30 de outubro de 2024, 06, 13 e 27 de novembro de 2024 (quartas-feiras)
06 dias de aulas
Aulas: 16h00 às 18h00
Carga horária: 15 horas
Valor: R$ 360,00 à vista
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br – Inscrições até dia 01 de outubro de 2024
Informações: 113322-5393
Whatsapp: +55 (11) 99466-6662
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo
As aulas serão ministradas online na plataforma Zoom.
No final do curso o aluno receberá o certificado

BIBLIOGRAFIA
ÁVILLA, A.; MACHADO, R. e GONTIJO, J. M. M. Barroco Mineiro: Glossário de Arquitetura e Ornamentação. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro/Centro de Estudos Históricos e Culturais, 1996.
ATIENZA, J. Os santos pagãos: deuses ontem, santos hoje. São Paulo: Ìcone, 1995.
BAZIN, G. Arquitetura religiosa barroca no Brasil. Rio de janeiro: Record, 1983.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2008.
BRUCE-MITFORD, M. O Livro Ilustrado dos Símbolos. São Paulo: Publifolha, 2001.
CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Dicionário de símbolos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
CIRLOT, J. E. Dicionário de Símbolos. São Paulo: Centauro, 2005.
CUNHA, M. J. A. da. Iconografia Cristã. Ouro Preto: UFOP/IAC, 1993.
CUNNINGHAN, L. S. Uma breve história dos santos. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
DE VARAZZE, J. Legenda áurea: vidas de santos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
DIAS. M. H. G. O Palácio de Deus e o Templo do Rei: santos e nobres na arte de Minas Gerais do século XVIII. Osasco: Ramalho Edições Acadêmicas, 2020.
HANSEN, J. A. Alegoria: construção e interpretação da metáfora. São Paulo: Atual, 1986.
LIMA JR. A. História de Nossa Senhora em Minas Gerais. Belo Horizonte: Autêntica e PUC Minas, 2008.
LODI, E. Os santos do calendário romano. São Paulo: Paulus, 2001.
MALE, E. El arte religioso del siglo XII al siglo XVII. México: Fondo de Cultura Económica, 1952.
_____. L’Art religieux apres le concile de Trente. Paris, 1932. (4 vols.)
_____. L’art religieux de le fin du Moyen Age. Paris: Press France, 1932.
MARINO, J. Iconografia de Nossa Senhora e dos Santos. São Paulo: Banco Safra – Projeto Cultural, 1996.
PEREIRA, J. F. P. Dicionário de arte barroca em Portugal. Lisboa: Editorial Presença, 1989.
PRAZ, M. P. Imágenes del Barroco: Estudios de Emblemática. Madrid: Ediciones Siruela, 1989.
RIPA, C. Nova Iconologia. Milano: Editori Associati, 1992.
Compartilhar