MÉTODO
O curso acontecerá no modo “Live Class” (aula online ao vivo), sendo as aulas gravadas. As gravações são disponibilizadas aos alunos três dias após cada aula ao vivo e ficam disponíveis durante todo o período do curso e por mais 15 dias após seu término. Depois disso, são automaticamente retiradas do sistema.

OBJETIVO GERAL
O curso tem como objetivo apresentar um panorama histórico, político e cultural da República Velha (1889–1930), período marcado pela tentativa de modernização do Brasil, pela ascensão das oligarquias do café, pelas tensões entre litoral e sertão, pelo crescimento urbano e por uma vida cultural fortemente influenciada pela Belle Époque francesa, que moldou o gosto estético da elite republicana.
O curso investiga as transformações urbanas, os novos modos de sociabilidade, as artes visuais, o teatro, a música, a literatura, a moda, os salões, a arquitetura e as novas tecnologias que alteraram profundamente a vida nas cidades brasileiras, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compreender a formação da cultura urbana brasileira entre 1889 e 1930.
Analisar a influência da Belle Époque francesa sobre a elite brasileira.
Explorar como o eugenismo e o higienismo moldaram políticas públicas, práticas urbanas e visões de sociedade.
Relacionar arte, moda, política, sociabilidade e economia na vida cotidiana republicana.
Entender como a modernização conviveu com profundas desigualdades sociais.
Identificar artistas, obras, edifícios e movimentos culturais do período.
Estimular pesquisas sobre arte, arquitetura, urbanismo, sociologia e história do Brasil republicano.

CONTEÚDO
09 de fevereiro de 2026
AULA 1 – A Proclamação da República e a “Questão Militar”: o fim do Império e o começo de um novo projeto
A crise do Segundo Reinado e os movimentos militares. A proclamação como golpe militar: Deodoro, Floriano e a formação da “República da Espada”. O novo imaginário republicano: positivismo, ordem e progresso. A elite intelectual do período: Benjamin Constant, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva. A construção dos novos símbolos nacionais. Gravuras da Proclamação, caricaturas da Revista O Malho, textos positivistas, fotografias oficiais.

16 de fevereiro de 2026
AULA 2 – O Eugenismo e o Higienismo durante a República Velha
Explorar como o eugenismo e o higienismo moldaram políticas públicas, práticas urbanas e visões de sociedade durante a República Velha, influenciando discursos raciais, projetos de modernização e instituições científicas. Entender os fundamentos teóricos do eugenismo e sua circulação global. O racismo científico. Analisar como essas ideias foram adaptadas às necessidades das elites republicanas. Estudar a relação entre ciência, racismo, políticas de saúde e reforma urbana. Nina Rodrigues, Renato Kehl, João Batista de Lacerda, Miguel Couto. A crença na “melhoria da raça” e no branqueamento populacional. Políticas de imigração europeia. Disciplinarização dos corpos: escolas, quartéis, hospitais. Reconhecer os impactos dessas doutrinas na cultura visual e na educação.

23 de fevereiro de 2026
AULA 3 – “Cidade Moderna”: as Reformas Urbanas
O “Bota-Abaixo” de Pereira Passos (1903–1906) no Rio de Janeiro. A estética francesa como modelo civilizatório. Abertura da Avenida Central (Rio Branco), novas praças, jardins, iluminação elétrica. São Paulo: a cidade do café e a urbanização acelerada, os bondes elétricos, a modernização da Paulista. Higienismo, remoções, desigualdade e controle social. A construção de Belo Horizonte e a inspiração republicana francesa. Theatro Municipal do Rio (1909); Theatro Municipal de São Paulo (1911); Theatro Amazonas; Palácio da Liberdade; Avenida Central; Palacete Monroe; Estação da Luz; Hotel Copacabana Palace; Palacetes ecléticos da elite cafeeira.

02 de março de 2026
AULA 4 – Inovações tecnológicas, indústria nascente e exposições nacionais
O surgimento da indústria têxtil, metalúrgica e alimentícia. O telefone, a eletricidade e o bonde elétrico. As primeiras fábricas de automóveis e a aviação (Santos Dumont). As exposições nacionais e internacionais como vitrines do progresso: Exposição Nacional de 1908 (Urca) e Comemorações do Centenário da Independência (1922). Dirigíveis e aviões de Santos Dumont. Primeiras fotografias urbanas noturnas. Produtos industriais brasileiros expostos no exterior.

09 de março de 2026
AULA 5 – A Belle Époque Tropical: gosto, moda e estilo da elite republicana
A elite cafeeira e seu gosto afrancesado. O luxo importado: perfumes, porcelanas, móveis, vestidos de Paris. A invenção da “sociedade elegante” no Rio de Janeiro. Etiqueta, bailes, clubes e colunas sociais (João do Rio). O corpo feminino e a moralidade urbana. Revistas Fon-Fon!, Careta, O Malho. Fotografias de Augusto Malta. Anúncios publicitários do período. Cartões-postais da Av. Central.

16 de março de 2026
AULA 6 – O colecionismo artístico e científico na República Velha: acervos particulares e museus.
Compreender como o colecionismo artístico e científico se tornou uma prática de distinção social entre as elites brasileiras da Primeira República, articulando poder político, capital cultural, redes internacionais e a construção de um imaginário de “civilidade” e “progresso”. Analisar o papel das coleções privadas na afirmação da identidade das elites urbanas (sobretudo Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Minas). Entender como a importação de arte europeia (especialmente francesa) criava um ideal de modernidade e refinamento. Examinar a formação dos acervos públicos a partir de coleções particulares. Compreender a relação entre colecionismo, museus emergentes e o projeto civilizatório republicano. Doações, legados e transferências ao Museu Nacional, Museu Paulista, Pinacoteca e outros. Paulo Prado e o ambiente modernista de São Paulo. Família Guinle, Matarazzo, Silva Prado, coleções de arte e objetos de luxo. J. J. Seabra, Miguel Calmon e elites nordestinas colecionadoras. A relação com antiquários e marchands europeus.

A QUEM SE DESTINA
O conteúdo oferece embasamento para estudiosos de Arte, historiadores, profissionais ligados à literatura e comunicação social, pesquisadores, professores que pretendam desenvolver o tema em sala de aula, profissionais de todas as áreas, estudantes universitários e interessados em geral.

PROFESSOR:
Marcos Horácio Gomes Dias
é Doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e Pós-graduado em Arte e Cultura Barroca pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Também é graduado em Ciências Sociais pela USP e licenciado em História, além de possuir especialização em produção de material didático. Atua como professor universitário, pesquisador e produtor de material didático, além de ser um colaborador constante do Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS). Seu trabalho abrange museus, instituições culturais, universidades e programas de formação para empresários. Desenvolve projetos de pesquisa, cursos presenciais e online, com ênfase na leitura crítica e revisão de conteúdos educacionais. Com ampla experiência nas áreas de Educação, História, Sociologia, Antropologia e Arte, sua trajetória acadêmica e profissional está voltada para o estudo e ensino da Teoria da Cultura, Arte e Linguagem; Teoria da Comunicação; História da Produção da Imagem; História da Arte; História do Barroco e Rococó; Neoclassicismo; Império e Século XIX no Brasil; bem como História da América, Portugal e Itália.

06 dias de aulas
Datas:  09, 16, 23 de fevereiro e 02, 09, 16 de março de 2026 (segundas-feiras)
Horário: das 15 às 17h
Carga horária: 12h
Valor: R$ 360,00 à vista
Inscrições: cursos@museuartesacra.org.br
Whatsapp: +55 (11) 99144-3223 (somente mensagens)
No final do curso o aluno receberá o certificado
O curso será realizado a partir do Microsoft Teams.

BIBLIOGRAFIA:
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994.
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Visão do paraíso: formação do Brasil e do pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
CHALHOUB, Sidney. Cidade e política: elites e conflitos no Rio de Janeiro (1889–1930). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1944.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP), 2013.
FAUSTO, Boris (org.). História do Brasil contemporâneo: aspectos políticos, sociais e culturais. São Paulo: EDUSP, 2010.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos: estrutura da vida patriarcal no Brasil moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980.
GONÇALVES, Mônica (org.). Anita Malfatti e a modernidade brasileira. São Paulo: Editora Perspectiva, 1998.
LACERDA, João Batista de. Ensaios e conferências sobre antropologia e medicina no Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1987.
LEFF, Carol. Eugenia e higienismo no Brasil: discursos, políticas e instituições (1890–1930). Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004.
LEVY, André. O espetáculo urbano: lazer, imprensa e sociabilidade no Rio de Janeiro da Primeira República. São Paulo: Ed. Unesp, 2011.
LOPES, José Antônio Gonsalves. A cidade e a modernização: urbanismo e reformas no Rio de Janeiro (1895–1910). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000.
MATTOS, Hebe. Imprensa, cultura e política no Brasil (1890–1930). São Paulo: Hucitec, 1997.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1978.
PRADO, Caio; FAUSTO, Boris; diversos autores. Economia e sociedade no Brasil do café. São Paulo: Hucitec, 1992.
PRIEST, Susan. Moda e costumes no Brasil: da Belle Époque à década de 1930. São Paulo: Cosac Naify, 2002.
RAVENNA, Fabio. Higienismo, medicina e poder: políticas de saúde e eugenia na Primeira República. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
SILVA, Nei. A Semana de 22: formação e repercussões do modernismo em São Paulo. São Paulo: Editora da USP, 2002.
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio a Castelo (1930–1964). São Paulo: Paz e Terra, 1988.
VASCONCELLOS, Flávio dos Santos Gomes (org.). Pereira Passos e o Bota-Abaixo: urbanismo, higienismo e poder no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Museu da República, 1995.
VELHO, Gilberto. O colecionismo e as formas de distinção social no Brasil: séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.
Compartilhar