Após o fechamento devido a pandemia da Covid-19 o Museu de Arte Sacra de São Paulo reabre as suas portas com uma nova exposição de longa-duração intitulada “Arte Sacra Através dos Séculos”, que conta com a inserção de peças da “Via Crucis” de Victor Brecheret. O conjunto feito em terracota entre os anos de 1942 e 1946 compõe as 14 estações que descrevem os últimos momentos da vida de Jesus. No mesmo espaço o visitante pode contemplar outras obras com temática sacra feitas por artistas modernistas brasileiros como Anita Malfatti e Aldo Bonadei.
O Museu de Arte de São Paulo possui um rico acervo de peças do patrimônio artístico e histórico-cultural religioso brasileiro e mundial, que permite compreender a dinâmica social e cultural que marcou o desenvolvimento da religiosidade e da identidade paulista e brasileira.
A fundação da cidade de São Paulo, pelos membros da Companhia de Jesus, deu início a um processo de evangelização da Igreja católica no planalto de Piratininga, que foi sendo enriquecido, ao longo dos anos, com a contribuição de outras ordens religiosas, bem como de indígenas, africanos, imigrantes. Diferentes artistas materializaram a fé, buscando garantir a evangelização cristã e o diálogo com outras culturas.
A exposição “Arte Sacra Através dos Séculos” tem como objetivo favorecer o entendimento da produção artística brasileira, entre os séculos XVI e XX, de forma a criar um percurso expositivo, que enriqueça a experiência pessoal do visitante na sua leitura sobre a arte sacra. A proposta foi recuperar a memória da cultura religiosa por meio de uma narrativa que favoreça o entendimento da experiência da fé, da devoção e das práticas litúrgicas.
A preservação, valorização e salvaguarda do patrimônio de arte sacra é importante e deve ser uma atividade permanente. O passado é responsável pela construção do sentido de pertença de uma comunidade e responsável por reforçar os vínculos de identidade coletiva. Manter uma viva relação entre o patrimônio e a comunidade é determinante, porque a “memória é sempre vivida”.
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Veja o making-off da inserção de peças na mostra permanente. O conjunto, vindo da Pinacoteca do Estado, é recebido pelo MAS/SP em comodato com o Hospital das Clínicas de São Paulo, proprietários dos originais cujas cópias em bronze se encontram na Capela do HCSP. “É um grande ganho para o Museu uma vez que está começando seu acervo relativo ao século XX“, diz Beatriz Cruz, museóloga da instituição.