APRESENTAÇÃO:
Hoje no Museu do Ipiranga – USP estão instaladas novas exposições em espaços modernizados para atividades educativas e culturais, o espaço foi renovado com o dobro de sua área e completamente acessível. A história do edifício tem início com a sua construção realizada entre 1885 e 1890 para ser um monumento em comemoração à Proclamação da Independência ocorrida em 1822. Em 1894, o recém-criado Museu do Estado foi transferido para o Ipiranga, unindo a história do museu público mais antigo de São Paulo com a do monumento à Independência e, desde então, o Museu Paulista ficou conhecido como Museu do Ipiranga.
Na época da comemoração do Centenário da Independência em 1922, o plano de ornamentação do Museu foi apresentado ao governo do Estado de São Paulo por Afonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958) diretor do Museu do Ipiranga entre 1917 e 1945, declarando a premissa de “fazer a evocação de todos os grandes lances da História do Brasil revestindo o edifício do Museu de uma feição de pantheon, empolgadora ao primeiro contacto da vista dos visitantes com as suas pinturas e esculpturas”. Para concretizar o projeto de ornamentação do museu, Taunay solicitou a colaboração de artistas, escultores, arquitetos entre profissionais que executassem a sua proposta artística representativa da história da pátria brasileira.
Em 07 de setembro de 2022 o edifício totalmente restaurado e ampliado foi entregue a população para a comemoração do Bicentenário da Independência. A visita guiada trará a visão de bastidores a partir do olhar de uma das profissionais que trabalhou no processo de restauração das 18 pinturas em marouflage executadas por Domenico Failutti (1872-1923) e Oscar Pereira da Silva (1867-1939) na década de 1920 que ornamentam a sanca acima da escadaria monumental do edifício com os retratos dos heróis da Independência.
O curso in loco não tem a pretensão de servir de diretriz a qualquer tipo de tratamento no âmbito da conservação e restauração de bens culturais, os profissionais especializados na área têm a ciência de que cada obra requer uma abordagem particular e diferenciada. No entanto, para o público em geral, é importante salientar a preservação da nossa memória cultural, esclarecendo a importância da organização do trabalho em equipe e do cuidado na realização da recuperação do Museu Paulista. O projeto de reconstrução da materialidade da edificação salientou a importância do resgate e valorização do conhecimento do mestre de oficio, do artífice, que desenvolve uma habilidade pela prática dos saberes transmitida do mestre ao aprendiz e que ao longo do tempo estão se perdendo no campo dos estuques, marcenaria, azulejaria entre outros.
A proposta do curso in loco pretende também demonstrar os desafios impostos no processo de recuperação de um bem cultural de tal magnitude, e que devemos ter em mente que as ações de preservação do patrimônio são continuas e dependem de todos nós.
OBJETIVO:
Apresentar um panorama geral do edifício e seu programa de restauração, como também destacar as modificações realizadas com o objetivo de atualizar o seu espaço museológico.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
– debater a importância da preservação da memória e cultura como herança de uma identidade nacional
– ressaltar a necessidade da multidisciplinaridade na área da conservação e restauração artística e arquitetônica enquanto campo interdisciplinar do conhecimento.
– apontar as particularidades do processo de recuperação do edifício e obras de arte e debater os procedimentos adotados a partir das observações in loco
PÚBLICO
O conteúdo do presente curso está voltado para o público interessado em geral, bem como à estudantes, pesquisadores e profissionais ligados a arte, arquitetura, história e estudo no campo da conservação e restauração do patrimônio cultural.
DOCENTE
Silvana Borges é mestre em Arquitetura, Urbanismo e Design pelo Centro Universitário Belas Artes em São Paulo; é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, especialista em Conservação e Restauro de Arte Sacra, Arquitetura e Pintura de Cavalete, atuando profissionalmente na preservação do patrimônio artístico e cultural com foco na imaginária sacra (madeira, gesso e terracota), e restauro arquitetônico de pinturas murais: prospecção arquitetônica estratigráfica, colorimetria e reintegração pictórica. Destaca-se a sua atuação no processo de conservação e restauração no Museu Paulista (Ipiranga/SP) dos 18 marouflages que contornam a sanca no alto da escadaria principal do edifício monumento. Docente do Museu de Arte Sacra de São Paulo desde 2014 ministrando cursos teórico-práticos com estudos iconográficos e das metodologias de pintura tradicionais a base de temperas (caseína, ovo, cola animal, etc). Docente da Universidade Santa Ursula (USU) e UNISAL (Campus Pio XI), e integra o grupo de pesquisa: Estética & Arte Sacra da Faculdade de São Bento de São Paulo. Profissional associada ao CAU, ICOM, ANTECIPA e CEIB. Traçando um panorama de sua produção artística desde 1988 até os dias atuais, pode-se perceber claramente a evolução e alterações de técnica de seu trabalho e das diferentes interpretações dadas sobre variados temas com obras catalogadas e várias premiações, inclusive pela sua atuação literária com o recente “Prêmio 2020 Diamonds of Arts” na Áustria e premiação na “91ª Feira do Livro de Lisboa” em 2021, é autora de contos infantis publicados em coletâneas com lançamento no Brasil e exterior em traduções para o inglês, espanhol, francês e alemão.
Em caso de não comparecimento no dia da aula, não haverá reembolso e o valor não ficará disponível como crédito.
ATENÇÃO: em caso de chuva moderada a aula será mantida
Data: 15 de fevereiro de 2025 (sábado)
Horário: das 10h00 às 12h30
Valor: R$ 130,00 à vista – incluso ingresso no Museu do Ipiranga
Vagas limitadas: 20
Carga horária: 2h
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br
Informações: 113322-5393
Whatsapp: +55 (11) 99466-6662
Ponto de encontro – bilheteria do Museu do Ipiranga
Rua dos Patriotas, 100 – Ipiranga
Metrô: A estação mais próxima do Museu é a “Alto do Ipiranga”, da Linha 2 (verde)