As representações ganham cada vez mais espaço nos estudos históricos ligados à cultura. Esse campo de investigação é complexo, pois abrange inúmeras possibilidades de análises, temáticas e diversidades de fontes, que podem ser utilizadas nos trabalhos da História, bem como em outras ciências e disciplinas. Pretende-se refletir sobre a historicidade da beleza e também daquilo que é considerado feiura e que devia ser combatida através dos usos e abusos de: cosméticos, espartilhos, dietas, drogas lícitas e ilícitas entre outros artifícios divulgados pelos discursos hegemônicos a favor da beleza feminina. Entre eles estiveram pinturas, propagandas de revistas, discursos médicos entre outros que ditavam a fórmula e as formas da feminilidade desejadas por muitas mulheres como uma maneira de buscar a felicidade, mas que encontraram a infelicidade no próprio corpo.
A importância deste tema está na preocupação de compreender os usos e abusos de artifícios e intervenções no corpo humano na modernidade/contemporaneidade. A história do uso de cosméticos, das lingeries e da busca de um corpo perfeito e os seus significados sócio-culturais não são lineares e nem únicos, mas o olhar dos pintores dos fotógrafos e os discursos produzidos pela medicina e propagandas publicitárias são significativos para compreender o lugar que o corpo feminino ocupa na sociedade representado especificamente de forma bela e feminina e o quanto as mulheres buscam a determinada perfeição e se não conseguem atingir tornam complexadas e infelizes, tornando-se reféns em seus próprios corpos . Dessa forma, a hegemonia com os modelos de beleza a saber nem sempre saudáveis, acaba por fazer muitas mulheres distorcerem a sua imagem nos espelhos. Quando não se enquadram na ditadura da beleza, se sentem infelizes por não se sentirem sempre belas.
PALESTRANTE
Prof. Dra. Márcia Barros Valdívia
darasherazade@yahoo.com.br
Pós doutoranda e doutora em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Atuou como Docente no Ensino Médio por onze anos. É integrante do Núcleo de Estudos de História Social da Cidade – NEHSC – da PUC-SP. Membro do corpo editorial da Revista Eletrônica Cordis, (Puc/Sp). Professora de História da arte, arquitetura e do urbanismo. Atua principalmente nos seguintes temas: cidade, propaganda, canção, drogas, boemia, medicalização, corpo e beleza. Psicanalista em formação.
Data: 07 de dezembro de 2022 (quarta-feira)
Horário: das 17 às 19 horas
Não é necessário fazer inscrição.
Basta acessar o link de acesso – encerraado
A palestra será ministrada online na plataforma Zoom.
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Doutorado em História. São Paulo: PUC-SP, 2008.