MÉTODO
O curso acontecerá no modo “Live Class” (aula online ao vivo), sendo as aulas gravadas. As gravações são disponibilizadas aos alunos três dias após cada aula ao vivo e ficam disponíveis durante todo o período do curso e por mais 15 dias após seu término. Depois disso, são automaticamente retiradas do sistema.

PROFESSOR

Ms Plinio Freire Gomes

Plinio Freire Gomes.  É autor de Um herege vai ao paraíso (Companhia das Letras). Graduou-se e fez mestrado em história, na Universidade de São Paulo. Viveu durante quase duas décadas no exterior, entre a Europa e o Oriente Médio. Lecionou nos museus Masp, Museu de Arte Sacra e Mam; e em instituições como Casa do Saber, Sesc, Centro Universitário Maria Antonia/USP, Instituto de Cultura Árabe e Areté (Centro de Cultura Helênica). Coordenou durante seis anos o grupo de “Estudos da Arte” (Masp), tendo atuado também como membro fundador do coletivo “Lente Cultural”, na Livraria Martins Fontes. Atualmente apresenta conferências e cursos sobre história da arte, com foco nos períodos helenístico, romano e renascentista. Mas sua principal área de atuação é a cultura islâmica. É especialista da agência LATITUDES – Viagens de Conhecimento, realizando “aulas em campo” para contar a história onde ela aconteceu: entre as ruínas e os monumentos de países como Itália, Índia, China, Japão, Turquia, Marrocos, Tunísia, Jordânia, Líbano e Irã.

EMENTA
Da Pré-História às Vanguardas, passando pelas criações do Clássico, do Medieval e do Moderno. Assim fomos ensinados, desde a escola, a pensar a linha do tempo. Mas ao adotarmos esta periodização convencional corremos o risco de reduzir a arte a um ponto de vista eurocêntrico. Fica então a pergunta: como interpretar a arte de outras civilizações e culturas?

O curso propõe subverter a visão linear e sucessiva dos estilos, tentando deslocar o eixo da análise para além da tradição estética ocidental. Surgem assim inesperados pontos de contato entre o Egito e as civilizações ameríndias, entre o Renascimento florentino e as iluminuras chinesas, entre as vanguardas do século XX e as pinturas rupestres da pré-história. Quatro momentos irão orientar esta nova e transversal leitura sobre as ”Histórias” da Arte:

I. Aberturas 
Espalhando-se pelos vários continentes, o Homo sapiens descobre maneiras de fabricar objetos que fascinam os olhos. Todos estes esforços são motivados por um fator invisível – de ordem mental ou espiritual. Trata-se, todavia, de iniciativas isoladas, circunscritas ao âmbito da tribo; e que se desenvolvem diversamente em lugares diferentes.

II. Normas clássicas
Com o passar do tempo, algumas dessas comunidades se expandem e assumem posição hegemônica em relação às demais. Sua produção imagética torna-se também mais complexa, articulando-se com a literatura, a arquitetura, a música. Surgem assim sistemas estéticos particularmente coerentes, estáveis e investidos de acentuada autoridade “canônica”.

III. Mundos medievais
Entre os vários centros de poder e de tradição, emergem intermediários artísticos que permutam e mesclam os estilos e as técnicas. “Medievais” (no sentido de mediadoras) são as épocas dominadas por expressões híbridas, caracteristicamente abertas à experimentação e à especulação.

IV. Desencanto e utopia
Há também na História épocas essencialmente trágicas. Esta chave coloca em paralelo os contextos artísticos e intelectuais marcados pelo tema da crise, da inquietação e mesmo do apocalipse. Inútil dizer que aqui se inclui a nossa época, dita “Moderna”. Mas a arte que nasce sob o signo do desencanto costuma ser também geradora de utopias.

Programa das aulas: 

Módulo I – Aberturas:
Dia 15 de janeiro de 2024 (segunda-feira)
Aula 1. Pré-históricos, primitivos e vanguardistas.
O instante fundador da arte. Pinturas rupestres, máscaras, simulacros. Estética simbólica e suas inflexões modernas. Da caverna de Chauvet às Demoiselles d’Avignon.

Módulo II – Normas Clássicas:
Dia 17 de janeiro de 2024 (quarta-feira)
Aula 2. Entre o Nilo e o Yucatán. As grandes teocracias.
Não apenas as pirâmides unem os egípcios às civilizações ameríndias. Nas grandes teocracias, a arte funde-se ao poder numa indissolúvel totalidade cerimonial.

Dia 22 de janeiro de 2024 ( segunda-feira)
Aula 3. Mesopotâmia e Pérsia. Os magos.
A arte se faz veículo de interferência sobre o real. Organização social e sistemas esotéricos: astrologia, alquimia, fórmulas divinatórias e de encantamento.

Dia 24 de janeiro de 2024 (quarta-feira)
Aula 4. Vale do Hindu e Grécia Arcaica. O mito como matéria-prima da realidade.
Duas civilizações e seus complexos sistemas mitológicos. Deuses, forças naturais e ações humanas: tudo converge para o mito.

Dia 29 de janeiro de 2024 (segunda-feira)
Aula 5. O corpo do herói.
Séc. V a.C. Ainda a Grécia, agora no esplendor do Clássico. Séc. XX. Releituras totalitárias: a Alemanha Nazista, a União Soviética.

Dia 31 de janeiro de 2024 (quarta-feira)
Aula 6. Helenismo parte 1: o Mediterrâneo.
A retratística áulica de Alexandre Magno.

Dia 05 de fevereiro de 2024 (segunda-feira)
Aula 7. Helenismo parte 2: o Oriente.
A tradição grega se funde com as culturas orientais. A era dos semitas helenizados na Palestina e na Síria. Sincretismo grego-budista.

Dia 07 de fevereiro de 2024 (quarta-feira)
Aula 8. Roma Triunfante.
Roma conquista o mundo e implementa sua própria versão de helenismo.

Dia 19 de fevereiro de 2024 (segunda-feira)
Aula 9. A cruz, o crescente, a flor de lótus. Os grandes impérios monoteístas.
Fé e Estado. Paralelos entre Bizâncio, o Califado Abássida e o Khmer.

Módulo III – Mundos Medievais:
Dia 21 de fevereiro de 2024 (quarta-feira)
Aula 10. Antiguidade tardia.
Roma, Baixo Império. Advento, ruptura e acomodações cristãs num mundo pagão.

Dia 26 de fevereiro de 2024 (segunda-feira)
Aula 11. Roma, a Bárbara.
Os bárbaros no coração do Império. Godos, ostrogodos, visigodos.

Dia 28 de fevereiro de 2024 (quarta-feira)
Aula 12. As mil facetas do Ano Mil.
O gótico e o românico: duas estéticas dividem a cristandade europeia.

Dia 04 de março de 2024 (segunda-feira)
Aula 13. As grandes cortes revivalistas: Carlos Magno e Federico II.
A renovatio. Movidos pela ambição de retornar à glória de Roma, dois reis se tornam patronos de uma arte revivalista na intenção, mas original na prática.

Módulo IV – Desencanto e Utopia:
Dia 06 de março de 2024 (segunda-feira)
Aula 14. A Idade de Ouro dos Principados: a Granada dos sultões e a Florença dos banqueiros.
Dois legendários e originais pólos de produção artística num delicado equilíbrio geopolítico.

Dia 11 de março de 2024 (quarta-feira)
Aula 15. Giotto e Huang Gongwang: novas percepções espaciais.
Itália do Trecento, China da dinastia Yuan. O espírito franciscano, a filosofia taoísta. A profundidade e o espaço revolucionam a imaginação pictórica.

Dia 14 de março de 2024 (quinta-feira)
Aula 16. Florentinos e Flamengos: a dupla alma do Renascimento.
Existe um humanismo flamengo como há um humanismo toscano e logo entre esses dois mundos estabelece-se uma relação dialética, que têm em comum o mesmo fim: o conhecimento do mundo por meio da arte.

Datas: 15, 17, 22, 24, 29, 31 de janeiro, 05, 07, 19, 21, 26, 28 de fevereiro, 04, 06, 11 e 14 de março de 2024
Aulas: Das 16 às 18 horas
Carga horária: 36h
Valor: R$ 600,00 à vista – R$ 660,00 (três vezes)
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br
Informações: (11) 3322-5393
Instituição: Museu de Arte Sacra de São Paulo
As aulas serão ministradas online na plataforma Zoom.
No final do curso o aluno receberá o certificado

ARGAN, Giulio Carlo. História da arte italiana. São Paulo: Cosac Naify, 2003, vols. 1-3.
BELL, Julian. Uma nova história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
CHASTEL, André. Fables, formes, figure. Paris: Flammarion, 1978, vols. 1-2.
CHECA CREMADES, F.; GARCIA FELGUERA, M.S.; MORAN TURINA, M. Guia para el estudio de la historia del arte. Madrid: Catedra, 1987.
HUIZINGA, Johan. Il Problema del Rinascimento. Roma: Donzelli: 2015.
FARTHING, Stephen. Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2010.
SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
ZEVI, Bruno. Saber Ver a Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2020
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