MÉTODO
O curso acontecerá no modo “Live Class” (aula online ao vivo), sendo as aulas gravadas. As gravações são disponibilizadas aos alunos três dias após cada aula ao vivo e ficam disponíveis durante todo o período do curso e por mais 15 dias após seu término. Depois disso, são automaticamente retiradas do sistema.
Renascença e Barroco, duas criaturas enigmáticas. O salto criativo da era moderna se deu num ambiente cultural magnetizado pelo greco-romano e seus “clássicos”. Nesta encruzilhada do antigo com o novo reluz o naturalismo – uma linguagem visual que transformou profundamente o modo como encaramos o mundo. A arte, sobretudo na Europa, passou a valorizar a coerência rigorosa, por vezes quase fotográfica, entre a imagem e a coisa.
Trata-se de um fenômeno de enorme envergadura histórica, que vai além da pintura, da escultura e da arquitetura. Porque, junto com o naturalismo, vieram também as Reformas e as guerras de religião, o mercantilismo e a colonização, o Estado Absolutista e a Revolução Científica. Renascentistas e barrocos tiveram, como sabemos, modos próprios de interpretar o naturalismo na arte. Mas reconhecer suas divergências talvez nos ajude a identificar o sentido que perpassa toda uma época.
Afinidades cosmológicas: Renascimento e Maneirismo
Pautado pelas explorações geográficas e por uma nova visão do universo, os séculos XV e XVI constroem as bases da ciência moderna. Porém, os fenômenos da natureza ainda não foram dissecados e desencantados pelo método cartesiano. Ao contrário, o micro e o macrocosmo se entrelaçam em fecundas e sutis afinidades. O artista, neste contexto, não é apenas veículo de uma sensibilidade excepcional; é sim um sábio que especula sobre o mundo como qualquer homem de ciência.
20 de janeiro de 2025 (segunda-feira)
Aula 1. Florentinos e Flamengos: o “Quatrocentos” e Suas Duas Almas
A renovação artística não foi exclusividade italiana. Havia também um humanismo flamengo. Em breve surgiria entre esses dois mundos uma dialética. Afinal, ambos almejavam o mesmo fim: o conhecimento por meio da arte.
22 de janeiro de 2025 (quarta-feira)
Aula 2. O Apogeu do Renascimento
Julio II comissiona Michelangelo e Rafael. La Sistina e La Stanza della Segnatura.
27 de janeiro de 2025 (segunda-feira)
Aula 3. O Diálogo dos Anacoretas
Aos italianos e flamengos, junta-se um alemão. E continuam a gerar soluções originais. Mantegna, São Jerônimo no deserto; Bosh, As tentações de Santo Antão; e Dürer, A Melancolia
29 de janeiro de 2025 (quarta-feira)
Aula 4. As Seduções do Retrato
O retrato entre o sentimentalismo e a celebração dinástica. Giovanni Bellini, Retrato do Doge Leonardo Loredan; Mantegna, Camera degli Sposi; Antonello da Messina, Ritratto di Ignoto Marinaio.
À sombra de Leviatan: Barroco
Nos sécs. XVII e XVIII, com o comércio colonial e com a formação dos Estados Nacionais, a hegemonia europeia se consolida. Entre os dados fundamentais do absolutismo, destaca-se o crescente agenciamento das artes em benefício do poder. É a era dos artistas oficiais e das Academias, que regulamentam os gêneros em categorias e hierarquias pré-definidas. Este novo sistema, tido por universal, se irradia mundo afora. Mas sua imagem, fora da Europa, se deforma e se fratura.
03 de fevereiro de 2025 (segunda-feira)
Aula 5. Ilusões na Câmara Escura: as Pinturas e as Coisas
Vermeer, Rembrandt, Franz Hals. A glória da pintura de gênero.
05 de fevereiro de 2025 (quarta-feira)
Aula 6. Visões do Sublime e do Monstruoso
O mundo cortesão de Velázquez e os caprichos de Lavinia Fontana.
10 de fevereiro de 2025 (segunda-feira)
Aula 7. Mitologias Reatualizadas: a Raça, a Terra e a Fabricação da Nação
De Guercino a Poussin. “Et in Arcadia Ego”.
12 de fevereiro de 2025 (quarta-feira)
Aula 8. Labirintos Barrocos no Mundo Colonial
Franz Post, Eckhout. Barroco brasileiro, Aleijadinho. Barroco mexicano, o “churrigueresco”. Uma vila pseudo-chinesa em Palermo.
PROFESSOR
Plinio Freire Gomes. É autor de Um herege vai ao paraíso (Companhia das Letras). Graduou-se e fez mestrado em história, na Universidade de São Paulo. Viveu durante quase duas décadas no exterior, entre a Europa e o Oriente Médio. Lecionou nos museus Masp, Museu de Arte Sacra e Mam; e em instituições como Casa do Saber, Sesc, Centro Universitário Maria Antonia/USP, Instituto de Cultura Árabe e Areté (Centro de Cultura Helênica). Coordenou durante seis anos o grupo de “Estudos da Arte” (Masp), tendo atuado também como membro fundador do coletivo “Lente Cultural”, na Livraria Martins Fontes. Atualmente apresenta conferências e cursos sobre história da arte, com foco nos períodos helenístico, romano e renascentista. Mas sua principal área de atuação é a cultura islâmica. É especialista da agência LATITUDES – Viagens de Conhecimento, realizando “aulas em campo” para contar a história onde ela aconteceu: entre as ruínas e os monumentos de países como Itália, Índia, China, Japão, Turquia, Marrocos, Tunísia, Jordânia, Líbano e Irã.
Datas: CANCELADO – 08 dias de aula
Aulas: Das 17 às 19 horas
Carga horária: 16h
Valor: R$ 420,00 à vista
Inscrições: mfatima@museuartesacra.org.br
Informações: (11)3322-5393
Whatsapp: +55 (11) 99466-6662
Instituição: Museu de Arte Sacra de São Paulo
No final do curso o aluno receberá o certificado
Indicações bibliográficas:
ARGAN, Giulio Carlo. Clássico anticlássico – o Renascimento de Brunelleschi a Bruegel. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.
BELL, Julian. Uma nova história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
CASTELNUOVO, Enrico. Retrato e sociedade na arte italiana. São Paulo: Cia. das Letras, 2006.
CHASTEL, André. Fables, formes, figure. Paris: Flammarion, 1978, vols. 1-2.
______. Renaissance Italienne (1460-1500). Paris: Gallimard, 1999 [1965].
GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
______. “Ilusão e Arte” in: Gombrich Essencial: textos selecionados sobre arte e cultura. Porto Alegre: Bookman, 2012, pp. 139-160.
HUIZINGA, Johan. Il Problema del Rinascimento. Roma: Donzelli: 2015.
JOUNEAX, Camille. Leonardo, Frida and the Others. The History of Art, 800 Years – 100 Artists. Munich, London, New York: Prestel Verlag, 2024.
MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Cia. das Letras, 2011.
SUMMERSON, John. A Linguagem Clássica da Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
WARNKE, Martin. O artista de corte – os antecedentes dos artistas modernos. São Paulo: Edusp, 2001.
ZEVI, Bruno. Saber Ver a Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2020.