Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS.SP), instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, exibe DE COR E ALMA, com 60 obras, entre pinturas, esculturas e objetos, de artistas diversos como José Ferraz de Almeida Júnior, Benedito Calixto, Jorge José Pinto Vedras, Manuel da Silva Amorim, Louis Pisani, entre muitos, sob curadoria de Marcos Horácio Gomes Dias e Vanessa Beatriz Bortulucce. Os trabalhos selecionados, advindos de coleção privada e do acervo da instituição, tiveram como mote maior de escolha o protagonismo da cor em sua composição e seus significados. A abertura será dia 16 de setembro, sábado, a partir das 11h, ficando em cartaz até 05 de novembro do corrente ano.

A simbologia da ‘cor’, em momentos da história, pode alterar, ou destacar, a mensagem transmitida através das representações artísticas. Como exemplifica a curadora Vanessa Bortulucce, “a simbologia cromática, na arte sacra, está alinhada a significados específicos das narrativas bíblicas, contribuindo para o fortalecimento e compreensão da mensagem”.

As cores ditas ‘sagradas’ possuem simbolismos que buscam facilitar a conexão do indivíduo com o divino, com significados universais que transcendem barreiras étnicas e culturais. Alguns elementos pictóricos possuem linhas de significação especifica que são utilizadas na busca do equilíbrio e harmonia entre corpo, mente e espírito. Como exemplo, nesta linha de interpretação, pode-se citar o Verde, como cor da cura e renovação, associada ao coração e amor incondicional; o Azul, a paz e a serenidade, que ajuda a acalmar a mente e equilibrar as emoções; o Vermelho é a cor da paixão e da energia, que ajuda a estimular a coragem, a determinação e a força de vontade. A cor Roxa é a da espiritualidade e da intuição; associada à sabedoria e à conexão com o divino, que ajuda a estimular a meditação e a contemplação, enquanto o Dourado é iluminação e prosperidade, ligado à abundância; ajuda a estimular a autoconfiança e a autoestima.

De Cor e Alma” tem a particularidade de estar apresentando trabalhos já de tempos antigos onde o colorido das peças foi exposto à influência dos anos. Nas palavras do museólogo Ramon Vieira, “as cores chegam até nós não em seus aspectos originais, mas sim transformadas pelo passar do tempo. A cor se apresenta com os vernizes do tempo: desbotada, escurecida, manchada…”, e continua, “as cores nos trazem desafios: desafios materiais, técnicos, iconográficos, ideológicos, históricos. Toda materialidade é testemunha de um tempo, e herdeira do porvir. As cores, assim como os pigmentos que compõem as tintas, têm uma história. Elas constroem os significados, amplificam as emoções, conduzem, de mãos dadas com a forma, o nosso olhar”. Um detalhe que pode ser notado, segundo a curadora Vanessa Bortulucci, é que essa seleção de obras “além das diferenças técnicas que sempre existem entre as décadas, destaca a utilização de pigmentação não-industrializada; acho maravilhoso poder ver que foram coloridas com pigmentos de origem natural”.
Aparente ou oculta, a cor transforma-se num registro da vida dos homens. Deixemos, portanto, que elas, carregadas de história, nos falem sobre o percurso das técnicas, sobre os caminhos das culturas, e sobre nossas sensibilidades”. Ramon Vieira
A cor é a emoção da tinta e, a devoção, é o seu verniz!Vanessa Bortulucci

Curadores
Marcos Horacio Gomes Dias – Doutor em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-2012), mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP-2000), pós-graduado em Arte e Cultura Barroca pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP-1999), graduado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP-1995) e licenciado em História. Especializado em produção de material. Atualmente é professor do Museu de Arte Sacra de São Paulo (MAS), da Universidade São Judas Tadeu (USJT) e do Centro Universitário Assunção (Unifai). Desde 2014 é professor convidado pelo MAS para ministrar aulas e cursos sobre a história da arte e da cultura no Brasil. No MAS escreve apostilas para cursos e para viagens culturais. Em 2017 cria o Canal Marcos Horácio, com o apoio da EDA filmes, para produção de conteúdo para a internet e desenvolve o Cult Channel , em parceria com a Qualifica EAD, que é uma plataforma on-line de vídeos sobre Educação, Arte e Cultura. Em 2020 lança livro de sua pesquisa de doutoramento pela Ramalho Editora.
Vanessa Beatriz Bortulucce – Historiadora da imagem, da arte e da cultura. Graduada em História pela Universidade Estadual de Campinas (1997), Mestra em História da Arte e da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas (2000) e Doutora em História Social pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Possui Pós-doutorado pelo Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP. Atualmente é docente nas seguintes instituições: Centro Universitário Assunção (UNIFAI), Faculdade Casper Líbero e Museu de Arte Sacra de São Paulo. Tem experiência na área de História da Arte, atuando principalmente nas áreas da cultura do século XX: Arte Moderna, Arte Contemporânea, Futurismo Italiano, Umberto Boccioni, arte e política. No ensino e na pesquisa, também desenvolve estudos em áreas correlatas. Pesquisadora e curadora independente. Membro da ABEC (Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais) e do ICOM Brasil

Exposição: “DE COR E ALMA
Artistas: José Ferraz de Almeida Júnior, Benedito Calixto, Jorge José Pinto Vedras, Manuel da Silva Amorim, Louis Pisani e outros.
Curadoria: Marcos Horácio e Vanessa Bortulucce
Número de obras: 60
Técnica: pinturas, esculturas e objetos
Abertura: 16 de setembro, sábado, às 11hs
Período: de 17 de setembro a 05 de novembro de 2023
Horários: De terça-feira à domingo, das 09 às 17h (entrada permitida até as 16h30)
Local: Museu de Arte Sacra de São Paulo || MAS/SP
Endereço: Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo (ao lado da estação Tiradentes do Metrô)
Estacionamento gratuito/alternativa de acesso: Rua Jorge Miranda, 43 (sujeito à lotação)
Tel.: 11 3326-3336 – informações adicionais
Ingresso:
R$ 6,00 (Inteira) | R$ 3,00 (meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação); Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação; gratuidade para todos PCDs mais um acompanhante, todos os dias. GRÁTIS AOS SÁBADOS
Acessibilidade:
Estacionamento com vaga exclusiva para deficientes e idosos, banheiro acessível e adaptado, rampa de acesso para cadeirantes na entrada do MAS, acessibilidade informacional com QR Code nas principais obras do acervo, acessibilidade física e comunicacional utilizando recursos multissensoriais como maquetes e peças táteis utilizadas pelo setor educativo, intérprete de Libras e profissionais bilíngues no atendimento de público, mediante agendamento, recursos digitais no site do museu, com a utilização de caracteres ampliados, Libras e trilíngue, audiodescrição, Janela de Libras e legendas em Braille na exposição de longa duração do Presépio Napolitano (em construção), exposição Itinerante “Ver e Sentir” com 70 réplicas do acervo produzidas em 3D, 100% táteis e legendas em Braille, visita com audiodescrição ao vivo com educador, mediante agendamento.

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