Mosteiro da Luz

Um dos mais antigos e bem conservados edifícios coloniais da cidade de São Paulo.

O Mosteiro da Luz em 1862; fotografia de Militão Augusto de Azevedo

Recolhimento da Luz, óleo sobre tela de Benedito Calixto (1853-1927), São Paulo

A idéia de sua construção partiu da Irmã Helena Maria do Espírito Santo do Antigo Convento de Santa Tereza, por volta de 1772. Esta afirmava ter visões de Jesus pedindo a construção de um lugar de recolhimento. Frei Galvão, confessor da Irmã confirmou a veracidade das visões após discussão com sacerdotes e teólogos em São Paulo.

Para definir o melhor lugar para a construção foram então tomadas as primeiras medidas com o Governador do bispado, o Cônego Antônio de Toledo Lara e o Governador da Capitânia, o Capitão-General D. Luiz Antônio de Souza Botelho e Mourão, o “Morgado de Mateus”.

Em 1774 existia nos “Campos do Guaré”, atual bairro da Luz, uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Luz, construída por Domingos Luís, O Carvoeiro em 1603. Morgado de Mateus já tinha conhecimento desta capela, pois quando chegou a São Paulo em 1765 a encontrou totalmente abandonada e ordenou seu restauro, bem como a construção de algumas casas ao seu redor para a celebração da festa de Nossa Senhora dos Prazeres. Para a fundação do Recolhimento, doou o terreno através de uma Carta de Sesmaria.

Uma lei do Marquês de Pombal proibiu a abertura de qualquer tipo de convento ou mosteiro. Então Frei Galvão encaminhou as freiras para que ocupassem as casas em torno da capela, não oficializando o local como religioso, mas sim como um recolhimento onde morava um grupo de senhoras que desejavam viver sob os conselhos evangélicos.

Essas casas foram ocupadas em 2 de fevereiro de 1774 sob o nome de Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência.

Pouco tempo depois Frei Galvão decidiu providenciar uma nova construção, pois a capela ameaçava ruir e as casas estavam inabitáveis. Projetou um novo edifício. Durante sua construção, além dos taipeiros e dos escravos emprestados pelas famílias das freiras, pôs mãos à obra e convidou as irmãs para que fizessem o mesmo.

Em 25 de março de 1788, as religiosas se transferiram para o novo prédio. No entanto foram precisos mais 14 anos para terminar a Igreja.

Durante toda a construção, Frei Galvão viajava constantemente para o interior arrecadando fundos. De acordo com o Padre Alberto Ortmann “…o convento da Luz é obra exclusiva de Frei Galvão. Foi ele o único diretor da construção e continuamente lhe assistia aos serviços, auxiliando-a com suas próprias mãos”.

Após sua morte em 1822, seus sucessores não executaram o plano original que contava com duas torres para a igreja, conforme o “risco” deixado por ele na parede do Mosteiro da Luz.

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