MÉTODO
O curso acontecerá no modo “Live Class” (aula online ao vivo), sendo as aulas gravadas. As gravações são disponibilizadas aos alunos três dias após cada aula ao vivo e ficam disponíveis durante todo o período do curso e por mais 15 dias após seu término. Depois disso, são automaticamente retiradas do sistema.

Objetivo Geral:
A partir da etiqueta, das regras sociais de comportamento, da moda e do refinamento dos gostos, o Barroco se expandiu rapidamente por toda a Europa e atingiu as Américas. Além das representações artísticas, os homens precisavam nesse momento estar atentos aos bons comportamentos para uma relevante educação religiosa e politica. A leitura religiosa de mundo se coadunava muito bem com uma produção de significados baseada em valores cortesãos provenientes da política monárquica. Nessas práticas, o modelo da hierarquia e da superioridade divina se estabelecia a partir de uma submissão política e simbólica da sociedade como um todo. O papa e o rei, que também era um representante de Deus na terra, exigiam indivíduos que se definissem pela piedade, pela razão e pela discrição. O bom homem era aquele que conhecia o seu lugar e que sabia discernir os protocolos, o uso dos diversos discursos e as melhores ações para determinadas situações e ocasiões. Assim, temos critérios de produção de modelos e um ideal para a educação dos indivíduos e dos artistas.  Numa sociedade que se pretende religiosa e fiel ao ideal monárquico, os tratados ensinavam caminhos para a representação da arte, para o bom comportamento e para a atividade intelectual. A proposta desse curso é entender as maneiras como a etiqueta, a moda e o refinamento dos gostos interferiram na produção da arte barroca. O curso pensa, sobretudo, como os comportamentos aí estabelecidos serviram de modelo para a arte e como afetaram de modo decisivo a produção da cultura desde então.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Apresentar a etiqueta, a moda e o refinamento dos gostos como material reflexivo para o entendimento da arte barroca;

Analisar, criticar e contextualizar a arte barroca por meio das regras sociais de comportamento de uma sociedade monárquica;

A arte barroca em modelos, tratados, protocolos, vestuário, etiqueta e o uso dos diversos discursos e as melhores ações para determinadas situações e ocasiões de convívio e produção da arte.

Mostrar a arte como um campo interdisciplinar do conhecimento: Literatura, História, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Teologia etc.;

Escolher temas específicos para diversos trabalhos de pesquisa e estimular a produção de projetos em que a utilização da arte barroca esteja presente.

CONTEÚDO:

13 de março de 2024
AULA 1 – Como Ser Nobre.
Um tempo crítico. Manuais de bons costumes e a arte de civilizar-se. Um poder tradicional. Legitimação dos costumes.

20 de março de 2024
AULA  2 – O Palácio e o Templo.
Castelos e palácios. Versalhes. As Igrejas barrocas. As torres. A decoração interior e o mobiliário. A floresta, o vergel e os jardins. A casa camponesa.

03 de abril de 2024
AULA 3 – Uma sociedade de Aparências
O recrudescimento da moda. Tecidos e cores. A roupa masculina. A roupa feminina. Os clérigos. Os brasões.

10 de abril de 2024
AULA 4 – Mudanças de Atitudes em Relação às Funções Corporais.
Os Costumes dos Nobres. Mudanças de atitudes nas relações entre os sexos. O amor cortês e as realidades afetivas. A atração física e os critérios de beleza. A corte e os casamentos. As festas e as recepções. Os torneios, as caças, o jogo de xadrez e o jogo das cartas. Os prazeres da carne.  O comportamento no salão. O comportamento no quarto. Mudanças na agressividade. Ser dama e cavalheiro.

17 de abril de 2024
AULA 5 – A Mesa.
Alimentação da nobreza e dos senhores. As bebidas e os vinhos. A etiqueta e o comportamento aristocrático à mesa. A alimentação dos camponeses. O jejum.

24 de abril de 2024
AULA 6 – O Barroco Tardio, o Refinamento do Rococó e a Boa Sociedade.
Estilo, moda, imagem, iconografia e decoração. O Iluminismo e as antiguidades romanas. Editores e Connoisseurs. Marchands e pequenos burgueses. A classe média. Manuais de bons costumes e a arte de civilizar-se.

A quem se destina:
O conteúdo oferece embasamento para estudiosos de Arte, historiadores, profissionais ligados à literatura e comunicação social, religiosos, pesquisadores, professores que pretendam desenvolver o tema em sala de aula, profissionais de todas as áreas, estudantes universitários e interessados em geral.

Professor:
Marcos Horácio Gomes Dias é Doutor em História Social pela PUC-SP; Mestre em História Social pela USP; pós-graduado em Arte e Cultura Barroca pelo Instituto de Filosofia, Arte e Cultura da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Bacharel em Ciências Sociais pela USP. Tem experiência na área de História e Sociologia, com ênfase em História, atuando principalmente nos seguintes temas: História da Arte; Arte Sacra; História do Barroco e do Rococó; Arte e Cultura em Minas Gerais; Neoclássico, Império e século XIX no Brasil; Teoria da Cultura; Patrimônio Histórico; História da Produção da Imagem; Teoria da Comunicação e Realidade Socioeconômica e Política Brasileira.

Datas:  13, 20 de março e 03, 10, 17 e 24 de abril de 2024 (quartas-feiras)
Aulas: Das 16 às 18 horas
Carga horária: 12 horas
Valor: R$ 320,00 à vista
Inscriçõesmfatima@museuartesacra.org.br
Informações: (11) 3322-5393
Instituição: Museu de Arte Sacra de São Paulo
As aulas serão ministradas online na plataforma Zoom.

No final do curso o aluno receberá o certificado.

ANDERSON, P. Linhagens do Estado absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985.
_____. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1987
ARISTÓTELES. Arte retórica e arte poética. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1969.
BLOCH, M. Os reis taumaturgos: o caráter sobrenatural do poder régio na França e Inglaterra. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Lisboa: Difel/Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989.
_____. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1992.
BURKE, P. A fabricação do Rei: A construção da imagem pública de Luís XIV. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
_____. Cultura popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
_____. O mundo como teatro: estudos de antropologia histórica. Lisboa: Difel, 1992.
CAMPORESI, P. Hedonismo e exotismo: a arte de viver na época das luzes. São Paulo: Unesp, 1996.
CHARTIER, R; ARIÉS, P. (org.). História da vida privada: da renascença ao século das luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. nº 3.
ELIAS, N. O processo civilizador. Rio de Janeiro: Zahar, 1990. 2 vols.
GINZBURG, C. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
RIBEIRO, R. J. A etiqueta no Antigo Regime: do sangue à doce vida. São Paulo: Brasiliense, 1983.
_____. A última razão dos reis: ensaio sobre filosofia e política. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

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