Missa de Sétimo Dia
Data: 20 de março de 2019
Horário: 19h.
Local: Paróquia de São José da Lagoa
Rua Borges de Medeiros, 2735 – Lagoa – Rio de Janeiro
Odaléa Brando Barbosa teve uma longa e linda vida; e deixa para a cidade do Rio de Janeiro, através do Instituto Brando Barbosa, a sua magnífica residência e seus pertences que retratam a época em que o Rio de Janeiro vivia os “anos dourados”. A mansão situada no Jardim Botânico, construída por seu marido Jorge B. Barbosa, é um dos ícones de estilo e elegância carioca do Séc. XX e tem além de sua arquitetura eclética, um acervo de 6.000 obras de arte e antiguidades.
Odaléa nasceu no dia 14 de março de 1927, em Campos, no estado do Rio de Janeiro. Seus pais foram Zaira Pinto e Otacílio Ferreira Antunes. Na infância, mudou-se para o Rio de Janeiro, acompanhando a mãe e a avó materna. Matriculada no Colégio Mallet Soares, a linda menina é introduzida desde cedo nos estudos das línguas (inglês e francês). Em 1945, dos 16 para os 17 anos, Odaléa conhece Jorge Brando Barbosa, um belo jovem de 25 anos que dava início à sua exitosa carreira de empresário.
Odaléa já conhecera Joaquim Duarte Barbosa e Felícia Brando Barbosa, pais de Jorge, quando da visita à casa do cunhado do casal, o Barão de Javari e, desde então, ela encantara, com sua beleza, inteligência e simpatia, uma das mais tradicionais e bem-sucedidas famílias do Rio de Janeiro.
Casou-se aos dezessete anos com Jorge Brando Barbosa, em fins de 1945, ocasião em que a beleza da jovem lhe valeu o título de “A noiva do ano”.
Odaléa e Jorge construíram uma parceria amorosa bastante profícua. Ele, com o seu talento para os negócios, e a esposa, com uma habilidade extraordinária para ser uma excepcional anfitriã, conseguiram uma grande ascensão profissional e financeira. Bem-humorada, espirituosa e muitas vezes à frente de seu tempo na forma de agir, mesmo não tendo uma vida profissional ativa, Odaléa sempre foi um símbolo do modo singularmente descontraído e elegante do estilo carioca de receber. Muito religiosa, mantinham uma linda capela na mansão onde realizavam missas.
O gosto pela arte e pela beleza que partilhavam, os levou à edificação da esplêndida casa no alto do Jardim Botânico. A propriedade, além de preservar uma área verde da cidade, na extensão de seus jardins, acolhe um rico acervo de obras de arte e de antiguidades de insigne valor. Cada detalhe da casa foi atenciosamente projetado por Jorge, que cultivava um profundo interesse pela arte e pela arquitetura. Eles abriam as portas de sua mansão para receber os amigos e com eles compartilhar os belos frutos de suas iniciativas estéticas.
A mansão, reconhecida como uma das mais belas casas do Rio mítico dos anos dourados, recebia toda a sociedade carioca, artistas nacionais e estrangeiros, políticos como o Presidente Juscelino Kubitschek e chefes de estado estrangeiros em visita a cidade.
Nas cerca de seis mil peças que integram sua coleção, destacam-se dezenas de esculturas sacras dos séculos XVII/XIX; mobiliário nacional e internacional dos séculos XVIII a XX; peças decorativas de rara beleza em prata, bronze, louça, opalina dos séculos XVIII/XX; quadros dos séculos XVII/XX, entre tantos outros itens.
Viúva desde 2002, ela superou a perda e quis reverenciar a memória do marido mediante escritos e celebrações no seu aniversário de morte, a cada ano e, sobretudo, pelo seu empenho de tornar a casa um espaço de formação e divulgação da arte tal como queria o esposo.
Odaléa, por sua vez, sempre esteve às voltas com a questão da beleza. Bem-dotada nesse aspecto pela natureza, não sucumbiu à vaidade efêmera, ao contrário, desdobrou isso na sua vida, transformando-a em uma bela vida, construindo uma bela casa, sempre aberta aos amigos, além do cultivo de uma qualidade transcendente muito importante – a bondade – unanimemente atribuída à sua pessoa em trabalhos de filantropia e ajuda aos necessitados e culminando agora com a doação deste imenso e rico patrimônio ao povo carioca, que no futuro poderá ter acesso a um dos mais belos espaços privados do Rio, que será gerido pelo Instituto criado por Odaléa para honrar a vida de seu amado esposo: Jorge.
Por sua iniciativa, em 2015, através de amigos comuns, Odaléa entra em contato com José Carlos Marçal de Barros para criar o IBB – Instituto Brando Barbosa – que tem como mote prioritário a preservação da memória e do patrimônio do casal, e proporcionar ao Rio e ao Brasil, um lindo espaço de arte e cultura.