Nossa Senhora da Penha de França é uma invocação mariana originariamente hispânica e que se irradiou por todo o território ibérico. Tal culto encontrou terreno fértil na América portuguesa, notadamente na cidade de São Paulo, a partir de 1667, numa colina periférica onde hoje se situa o bairro da Penha de França, à época uma região de paragem de tropeiros e viandantes a caminho do Vale do Paraíba, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. Essa devoção e a história da capital paulista entrelaçaram-se durante as epidemias de varíola e crises hídricas que se abateram sobre a cidade durante os séculos XVIII e XIX. Nesses períodos de calamidades públicas, a esperança da população paulistana convergia para a fé em Nossa Senhora da Penha. Tais foram os efeitos dessa piedade, que a Virgem da Penha foi aclamada popularmente e, mais tarde, com reconhecimento pontifício, Padroeira da cidade de São Paulo. A partir da imagem da Virgem da Penha paulistana, é possível estabelecer uma análise iconográfica e um estudo comparativo entre a imaginária dessa invocação mariana cristalizada em São Paulo e em outros santuários e igrejas representativos da Virgem da Penha no Brasil e no mundo ibérico. Dessa forma, podemos melhor compreender o repertório simbólico que cerca esse culto mariano em suas adaptações estilísticas, sua circulação e transmissão de um lugar a outro e em épocas distintas.
LEONARDO CAETANO DE ALMEIDA
Mestre em História da Arte pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), licenciado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCamp). É professor dos Ensinos Fundamental e Médio na rede particular e desenhista de arte sacra, tendo desenvolvido projetos para diversas paróquias e para a Academia Marial de Aparecida, da qual é associado
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