Museu De Arte Sacra De São Paulo apresenta trabalho de fotógrafo sobre a Marujada de Bragança Com a presença da imagem peregrina de São Benedito

Em “Esmolação”, as fotografias de Alexandre Baena resultam de uma imersão nas festividades que acontecem todo dia 26 de dezembro, quando ocorre a ‘Marujada de Bragança’. “A estética da Marujada é muito peculiar, a relação matriarcal e a indumentária saltam aos olhos, ver o mar de gente, que parece um céu em terra, composto pela junção de cada Maruja com seu imponente chapéu e o Marujo que carrega o Santo em um rito de devoção que é construído por inúmeras narrativas de graças pedidas e alcançadas”, destaca o fotógrafo.

A exposição é parte integrante das comemorações pelos 410 anos do município de Bragança, nordeste do Pará. A mostra fotográfica percorrerá cinco capitais brasileiras com o objetivo de divulgar a festividade religiosa da Marujada de Bragança, em louvor a São Benedito, e a cultura popular da região.

“A Marujada de Bragança é uma festividade religiosa que possui uma estética única e como fotógrafo sempre estive atraído pela visualidade. A Marujada tem uma riqueza de detalhes visualmente expressivos em seus trajes e adornos. A manifestação de fé que capturei nos rostos que oram em silêncio é algo sobrenatural. É intrigante, nos faz pensar, nos remete a uma história centenária.” Alexandre Baena.

Bragança, banhada pelo rio Caeté, é uma das cidades mais importantes do Pará; uma microrregião do Salgado, localizada no nordeste do estado, com uma população de 113.227 habitantes. Uma cidade acolhedora com vegetação e palmeiras suntuosas e um ecossistema onde se encontram manguezais e belas praias. No âmbito cultural Bragança se destaca pela celebração do Glorioso São Benedito, através da festividade da Marujada, fundada em 03 de setembro de 1798, maior manifestação de fé do povo bragantino que é patrimônio imaterial do Pará, o São Benedito, carinhosamente, chamado de Santo Preto.

A festa bragantina se traduz numa recriação, por Marujos e Marujas, de uma identidade coletiva, um momento de fé que perpassa de geração em geração, há mais de 230 anos. Os rituais da Marujada – Roda, Retumbão, Chorado, Mazurca (ou Mazunga), Xote, Valsa, Arrasta-pé e Contradança – encantam promesseiros e turistas que vivenciam todo o folclore religioso do povo bragantino. Uma das características peculiares são o vestuário e adornos – blusa de cambraia branca e saia vermelha – dão vida a um cenário de alvorada.

A Marujada tem início no mês de abril com a ‘Esmolação’, uma referência às comitivas de devotos e promesseiros – os marujos – que cumprem um ritual percorrendo importantes regiões do município: os campos, as colônias e as praias. Cada uma dessas localidades tem a imagem de São Benedito, um grupo de 11 esmoleiros e um encarregado que realizam a evangelização e recebem donativos daqueles que receberam graças do santo. Um momento em que a emoção, a humildade e as lágrimas se misturam aos agradecimentos. Os marujos são recebidos sempre com um almoço ou jantar especial nas casas dos devotos, pois São Bendito é o santo dos cozinheiros.
A marujada é uma manifestação de dança, de rezas, de cantoria e louvores a São Benedito, padroeiro da cidade de Bragança. Na festividade o profano e o religioso se misturam numa harmonia de devoção.

Alexandre Baena (Belém, PA) – Fotógrafo, publicitário e diretor de audiovisual, com trabalhos documentais exibidos no Brasil, França, Portugal, Inglaterra e Itália. Destacam-se as produções com temática de direitos humanos, criatividade, natureza, denúncias e conteúdo jornalístico.

Exposição “Esmolação
Artista: Alexandre Baena
Abertura: 29 de abril, sábado, às 12hs
Período: de 29 de abril a 28 de maio de 2023
Número de obras: 14
Técnica: fotografias
Local: Sala MAS/Metrô – Estação Tiradentes
entrada gratuita para os usuários do transporte coletivo. O acesso as exposições deste espaço também pode ser feito mediante a compra do bilhete do Metrô no valor de R$4,40.

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